Sinto-me só. Terrivelmente só. Falo a língua dos homens, contudo ninguém me entende. Os meus dias têm a cor das cinzas que foram todos os meus dias passados, as minhas noites, longas, intermináveis, escuras e frias.
Por entre as quatro paredes que são este corpo onde me sinto cativa, os meus gritos de desespero, são abafados pela distancia do coração dos outros, que indiferentes à minha dor, por mim passam, como se fosse eu, invisível, queda, muda e transparente.
Muitas, tantas vezes, teimosas lágrimas saem dos meus olhos tristes e cansados. Não guardo qualquer saudade, nem do ontem, nem do hoje e nunca do amanhã, um amanhã vazio, amargo como fel.
O meu ventre há muito que secou, secaram as minhas mãos, a pele enrugada que a própria vida curtiu.
Estou só. Terrivelmente só e tenho medo. Medo dos homens, medo desta vida que já não me quer mas que ciosamente me guarda quase intacta, quase lúcida, enquanto a loucura não tomar conta de mim.
Noite após noite, tento manter-me aquecida, rememorando os momentos em que dona da minha vida, fui filha, mãe, fui avó, hoje trapo esgarçado, largado a um qualquer canto, longe da enxerga onde finjo que ainda sonho e que ainda me sinto.
Por vezes, a minha alma esvoaça e em vão peço a Deus que me leve para longe, para trás da nuvem que passa, que me leve ao sabor do vento, agora que este corpo não me deixa ir.
Que sou eu? Quem sou eu? Que faço aqui? Se nem o vento, se nem morte, se nada nem ninguém me quer, talvez, só a vida.
Sinto-me só. Terrivelmente só e gostaria de dizê-lo a ti, a todos, ao mundo, mas ninguém me entende, ninguém me escuta, ninguém é ainda capaz de escutar a voz que vem lá de longe, que vem da solidão em que vivo e me encontro, onde adormeço, onde me esqueço que um dia já fui gente.
A solidão é um quarto escuro, um negro e fundo buraco que nos afasta cada vez para mais longe. A solidão não é a viagem mas a morada mais longínqua do coração. É lá que moram todos os medos, todos os fantasmas, é por lá que esvoaçam todas as sombras. A solidão é a morada dos infelizes, dos mais fracos, daqueles cujos gritos roucos se tornam inaudíveis, a solidão é a morte sem se morrer.
Por entre as quatro paredes que são este corpo onde me sinto cativa, os meus gritos de desespero, são abafados pela distancia do coração dos outros, que indiferentes à minha dor, por mim passam, como se fosse eu, invisível, queda, muda e transparente.
Muitas, tantas vezes, teimosas lágrimas saem dos meus olhos tristes e cansados. Não guardo qualquer saudade, nem do ontem, nem do hoje e nunca do amanhã, um amanhã vazio, amargo como fel.
O meu ventre há muito que secou, secaram as minhas mãos, a pele enrugada que a própria vida curtiu.
Estou só. Terrivelmente só e tenho medo. Medo dos homens, medo desta vida que já não me quer mas que ciosamente me guarda quase intacta, quase lúcida, enquanto a loucura não tomar conta de mim.
Noite após noite, tento manter-me aquecida, rememorando os momentos em que dona da minha vida, fui filha, mãe, fui avó, hoje trapo esgarçado, largado a um qualquer canto, longe da enxerga onde finjo que ainda sonho e que ainda me sinto.
Por vezes, a minha alma esvoaça e em vão peço a Deus que me leve para longe, para trás da nuvem que passa, que me leve ao sabor do vento, agora que este corpo não me deixa ir.
Que sou eu? Quem sou eu? Que faço aqui? Se nem o vento, se nem morte, se nada nem ninguém me quer, talvez, só a vida.
Sinto-me só. Terrivelmente só e gostaria de dizê-lo a ti, a todos, ao mundo, mas ninguém me entende, ninguém me escuta, ninguém é ainda capaz de escutar a voz que vem lá de longe, que vem da solidão em que vivo e me encontro, onde adormeço, onde me esqueço que um dia já fui gente.
A solidão é um quarto escuro, um negro e fundo buraco que nos afasta cada vez para mais longe. A solidão não é a viagem mas a morada mais longínqua do coração. É lá que moram todos os medos, todos os fantasmas, é por lá que esvoaçam todas as sombras. A solidão é a morada dos infelizes, dos mais fracos, daqueles cujos gritos roucos se tornam inaudíveis, a solidão é a morte sem se morrer.
Sem comentários:
Enviar um comentário