domingo, 25 de novembro de 2007

My sweet Daisy

Naquela altura, até porque a Daisy não conhecia a língua dos homens, seria impossível que ela soubesse que eu estava ali para a ir buscar, mas ela sabia. Não sei como, mas sabia.
Estava fechada num pequeno cercado e brincava com outros cachorrinhos. Ao ver-me entrar, parou de repente. Levantou a pata e ficou quieta enquanto os seus olhos, permanecendo presos nos meus, me pareciam dizer: - Estou aqui – e desde que entrou na minha vida que muitas coisas mudaram, e acredito que para melhor.
Apesar do temperamento por vezes efusivo, é muito dócil e generosa na demonstração de afectos. Para ela estar junto é tudo quanto precisa para se sentir feliz, e eu, também.
A sua presença traz até mim, uma serenidade difícil de descrever, já que não são as palavras, mas a companhia silenciosa que nos tornam cúmplices de momentos e estados de espírito. Companheira inseparável é sobretudo com alegria que se submete a longas viagens. Deitada no meu colo deixa-se passar pelas brasas não sem que, de quando em vez, me dê uma espreitadela, certificando-se que estou bem.
Em casa, a sua ajuda é ainda mais preciosa pois é com incrível desvelo que, supervisiona todas as tarefas domésticas, para depois, durante um curto mas merecido descanso, me cobrir de beijos, como se essa fosse a sua forma de premiar o meu esforço.
Mas são, sem sombra de dúvida, os seus olhos que falam. Por vezes, parece que eles captam os meus pensamentos mais íntimos e mais profundos, porém, ela está ali, sempre atenta, sempre disponível, para um leve poisar da cabecita no meu colo, para uma infindável sessão de beijos.
É assim, a minha doce e querida Daisy. A guardiã dos meus dias. Capaz de espantar a minha tristeza, manter afastados os fantasmas da solidão e fazer-me mergulhar num banho de ternura.

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