Ao longo da vida, permanecem cuidadosamente guardadas, na caixinha da nossa memória, algumas paisagens que nos marcam indelevelmente.
O nascer do dia sobre a praia, o sol que mergulha no mar, como que refrescando-se de um dia de calor intenso, a vasta e verde planície, a imponência de uma montanha... o dia que se despede enquanto a noite preguiçosamente se desperta.
A manhã que nasce, envolta ainda pelo seu lençol de bruma, os tímidos raios de sol rompendo, projectando-se e reflectindo-se na terra, tornando o céu ao mesmo tempo tão próximo mas tão longínquo! Um céu que qual enorme tela azul, se recria e se reinventa com as mil e uma formas das nuvens.
Nada disto faria sentido, sem que a emoção que vivenciamos lhe confira o tal estatuto de eternidade, pois é contemplando a magia da natureza que ao nos sentirmos pequeninos, engrandecemos.
É a alma que se eleva perante o permanente fascínio de uma beleza que se sobrepõe a qualquer obra humana. O incomensurável e insondável mistério que a mão divina se nos oferece e de onde se recortam muitas outras paisagens, paisagens essas que as nossas memórias desenharam ao longo do caminho e que mais não são que o nosso próprio corpo.
Mas é sempre emoldurados pela paisagem envolvente, generosamente pintada e perfumada, que caminhamos. Uma paisagem que confere a todos os momentos o sabor de uma dádiva especial.
Como é perfeito e maravilhosamente belo este lugar sobretudo quando a noite caindo de mansinho ainda nos presenteia com um dos mais extraordinários quadros, o crepúsculo, e é então, que com a alma concentrada nesse cenário de magia que recordo uma frase que li algures: - O crepúsculo parece-me como se fosse Deus a respirar fundo, uma pausa na progressão do tempo.
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
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