Era já tarde da noite quando Paulina conseguiu por fim adormecer. Sentia a cabeça pesada. Doíam-lhe os olhos cansados de chorar. Dentro do seu peito, uma dor fininha teimava em espetar-se no peito, obrigando-a a colocar mão sobre o coração. A vizinha apressou-se a cobri-la com a manta de retalhos. Lá fora fazia frio e naquela casa também, mas mal saiu do quarto, Paulina abriu os olhos e vendo-se sozinha, sentou-se na cama, ergueu os braços com dificuldade, juntou as mãos e levando-as ao peito, começou a rezar.
Sentia como se todo o peso mundo tivesse desabado sobre o seu corpo envelhecido e gasto pelo cansaço. Continuava viva contudo incapaz de compreender porque quisera Deus que ela tivesse sobrevivido.
Pouco tempo atrás, toda a região fora violentamente consumida pelo fogo e quando as chuvas vieram, arrastaram consigo o pouco que havia sobrado. A sua casa tinha no entanto sido poupada, mas ela perdera o marido.
No dia seguinte, era dia de natal, o primeiro que passaria sozinha e ela sentia-se terrivelmente perdida, por isso rezava a Deus pedindo-lhe fervorosamente a Sua ajuda até que deixando-se vencer pelo cansaço, adormeceu.
O dia amanheceu trazendo consigo um manto de neve que cobria a paisagem. Paulina agasalhou-se com o xaile, abriu a porta e saiu, apesar de tudo, o seu pequenino mundo, o único que conhecia e onde fora feliz, continuava espantosamente belo e ela sentiu-se tocada por aquela imensa toalha branca que a natureza estendera para ela e foi então que se lembrou que na velha arca, continuava guardada a linda toalha de natal que ela tão amorosamente bordara e onde em cada ponto, ficara guardado um pedaço da sua história; o nascimento dos filhos, os baptizados... e estendeu-a sobre a velha mesa ao mesmo tempo que grossas lágrimas a inundavam de saudade.
Subitamente, a porta da sua casa abriu-se e a vizinhança foi entrando e colocando sobre a mesa, as iguarias para a ceia.
E foi então que Paulina compreendeu que quando se tem fé, os milagres acontecem.
Sentia como se todo o peso mundo tivesse desabado sobre o seu corpo envelhecido e gasto pelo cansaço. Continuava viva contudo incapaz de compreender porque quisera Deus que ela tivesse sobrevivido.
Pouco tempo atrás, toda a região fora violentamente consumida pelo fogo e quando as chuvas vieram, arrastaram consigo o pouco que havia sobrado. A sua casa tinha no entanto sido poupada, mas ela perdera o marido.
No dia seguinte, era dia de natal, o primeiro que passaria sozinha e ela sentia-se terrivelmente perdida, por isso rezava a Deus pedindo-lhe fervorosamente a Sua ajuda até que deixando-se vencer pelo cansaço, adormeceu.
O dia amanheceu trazendo consigo um manto de neve que cobria a paisagem. Paulina agasalhou-se com o xaile, abriu a porta e saiu, apesar de tudo, o seu pequenino mundo, o único que conhecia e onde fora feliz, continuava espantosamente belo e ela sentiu-se tocada por aquela imensa toalha branca que a natureza estendera para ela e foi então que se lembrou que na velha arca, continuava guardada a linda toalha de natal que ela tão amorosamente bordara e onde em cada ponto, ficara guardado um pedaço da sua história; o nascimento dos filhos, os baptizados... e estendeu-a sobre a velha mesa ao mesmo tempo que grossas lágrimas a inundavam de saudade.
Subitamente, a porta da sua casa abriu-se e a vizinhança foi entrando e colocando sobre a mesa, as iguarias para a ceia.
E foi então que Paulina compreendeu que quando se tem fé, os milagres acontecem.