quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Rumo à felicidade


Creio que perdi a conta, ao número de vezes que me adiei, como projecto de vida, mas acima de tudo, como pessoa.
A minha presença era imprescindível para a família e existiam tantas coisas que, sem mim não iriam de forma alguma funcionar ou até desaparecer, por isso, fui continuadamente, desculpando-me a mim mesma, pondo de lado, sonhos, projectos e sobretudo, a minha felicidade.
Daqui por algum tempo, dizia eu, as crianças estarão mais velhas, terão ultrapassado todas as terríveis fases, terão as suas vidas e aí sim, nessa altura, eu irei ser feliz. O tempo foi passando e levando consigo inúmeras oportunidades e eu, sempre na ilusão que um dia...até que a vida me levou a compreender, que a felicidade, aquela que vive dentro do nosso imaginário, não é nem perfeita, nem completa, mas que resulta do acumulo de muitos pequenos, raros instantes, de pura alegria, precisamente aqueles que esquecemos com relativa facilidade, guardando-nos para os grandes.
A felicidade, não se compadece com sucessivos adiamentos, constrói-se instante a instante e vivência-se, aqui e agora.
Afinal, a vida levou-me a perceber que, para a felicidade não existe um rumo, a felicidade é um trajecto e nunca um destino.

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