quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
A dor da saudade
E subitamente uma silhueta emoldurada por uma luz cor de prata, recorta a neblina e caminha pela praia. Incapaz de esconder a surpresa, esfrego os olhos, incrédula perante a imagem que distintamente se me oferece, a mim, justo a mim, que instantes antes, perdida numa imensa dor de saudade, o rememorei
Ela desliza devagar como que pairando sobre o chão sem deixar rasto, enquanto esparge a sua luz em redor.
Os meus olhos ficam pregados nos dela. Não distingo o seu rosto, porém sei quem é e os meus lábios, num murmúrio profundo, proferem o seu nome. Ela sorri. Duas grossas lágrimas, deslizam agora pelo meu rosto, demonstrando a mágoa que mora dentro do meu peito, enquanto que ao mesmo tempo, o meu coração vibra pela emoção do reencontro.
O vulto parte, deixando em mim, o eco das palavras que não foi preciso dizer mas sobretudo a serenidade de quem acha o que sempre procurou.
Olho à minha volta. A praia está repleta de gente. Cada um, concentrado em viver a sua própria história, cego perante aquela luz imensa que refulgindo por eles passou.
Fecho os meus olhos. Inspiro devagar sentindo o ar penetrando bem fundo o meu corpo. Sinto-me leve até mesmo feliz ou não fosse a luz da própria vida, a maior e a mais bela dádiva quando a dor da saudade de nos sentirmos vivos, nos aperta o peito.
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