quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
A mãe mais linda do mundo
Esta manhã ao olhar-me no espelho, caiu-me a alma aos pés. Sem aviso, as marcas da passagem do tempo faziam-se notar. Os olhos inchados, o rosto pálido de expressão triste, e uma série de cabelos brancos fazia agora parte da minha cabeleira loira, mas isso era do somenos importância, o pior, era o ar gasto e terrivelmente cansado daquela mulher que do outro lado, também me olhava com espanto.
Uma pequena ruga que antes não estava ali, trouxe-me à lembrança as minhas quatro filhas, o meu cão e todos os sustos que cada um a seu tempo me pregou, todas as preocupações que só nós mulheres podemos ter, a vida agitada e errante percorrendo as estradas do país para actuar, noites mal dormidas, dias seguidos sem tempo para uma refeição decente e um sem número de disparates cometidos por quem se acredita eternamente jovem e saudável.
Agora que pensava em tudo isto, já não me espantava a imagem daquela “velha” reflectida no espelho, e pensando bem, dadas as circunstancias, até já nem me parecia tão mal e enquanto me perco com estes pensamentos, não me dou conta, de que a minha filha mais nova, na altura com quatro anos, se aproximou e ao ver-me distraída, pergunta:
- Ò mãe o que estás a fazer?
- Estou a tentar apagar aquela velhinha.
- Qual velhinha? – Perguntou espantada.
-Aquela ali, não vês? – Disse-lhe eu apontando para o espelho ao mesmo tempo que dou os últimos retoques à maquilhagem: - pronto, já se foi embora.
E ela generosa como todas as crianças sabem ser quando querem, abraçou-me com força: - Tu não és nada velhinha. Tu és a mãe mais linda do mundo!
Foi como se o sol tivesse invadido o meu coração. Para quê tanto drama por causa de meia dúzia de cabelos brancos e uma mini ruga que só eu podia ver, se aos olhos de quem mais me ama, e de quem mais me importa, eu sou e continuarei sempre a ser a mais linda do mun
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