quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Espelho de almas
Tenho no meu quarto, um espelho muito antigo, impregnado pelo espectro da alma, de todas as mulheres da minha família e, apesar de possuir outros, é nele que gosto de me rever e observar atentamente, as marcas que os anos foram deixando, e que são, no meu imaginário, tão profundas quanto o foram, para todas elas.
Ao longo de várias gerações, este pequeno espelho de forma oval, tem passado, como uma espécie de herança, de mão em mão, perpetuando não a beleza, mas mantendo-nos presente, o quanto ela é efémera.
Talvez, em tempos passados, a vida de todas essas mulheres, tenha sido em tudo diferente, porém, aquilo que nos iguala, é a nossa essência, feminina e profunda, a nossa alma de mulher.
Por vezes, em alturas mais difíceis, tenho a sensação de que toda a coragem, toda a sabedoria e toda a força, emanam daquele espelho, e a recordação de muitas histórias antigas, acorre-me ao pensamento. Histórias incrivelmente belas, apesar dos finais nem sempre felizes, de mulheres que tal como eu, escreveram e desenharam os seus destinos, com esse intenso sentir de mulher, e das inúmeras almas que a sua alma continha.
Sei, que o meu espelho, não é mais do que um objecto, mas também sei, que ele me devolve, o reflexo dos meus próprios pensamentos, porém é essa a sua e a minha magia, magia essa, que espero conseguir transmitir às mulheres que virão a seguir.
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