quinta-feira, 15 de maio de 2008

lembro-me de ti

Há dias, enquanto procurava um número de telefone na minha agenda, dei-me conta, de quantos amigos, cujos contactos ainda permaneciam ali, tinham entretanto, deixado este mundo.
Penso muitas vezes, que carrego em mim, várias marcas de pessoas que em algum momento ou fase da minha vida, foram extremamente importantes.
Uns deixaram-me a palavra certa, outros, partilharam comigo o seu certo olhar sobre as coisas, outros ainda, ensinaram-me a sorrir.
Nada neste mundo faz sentido sem um outro, sem alguém que se encontre connosco, numa ideia, num pensamento, num gesto, pois é através dos relacionamentos e a partir dos encontros que nos transformamos e crescemos.
Se pensarmos um pouco, não existe encontro inocente, palavra inócua ou acto estéril. Nada é obra do acaso mas peças de um puzzle que só a passagem do tempo nos permite compreender, se encaixam umas nas outras e tenho para mim, que em todas elas, a figura central, é esse amigo, que a certa altura nos deixou mas cujo papel foi fundamental.
Acredito piamente que só se morre de verdade quando a memória pelos outros se apaga, por isso, na minha agenda, continuam e continuarão todos eles, ainda que os seus nomes, ao serem tocados pelos meus olhos, estes se humedeçam pela saudade.

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