segunda-feira, 26 de maio de 2008

E se a morte chegar?

A morte é para alguns, um assunto incómodo, quase tabu, contudo, não existe melhor escola de humildade pois é reflectindo sobre ela, que encontramos a justa medida de tudo ou quase tudo.
Talvez a vida não seja mesmo para levar muito a sério, sobretudo quando o destino se encarrega de manter presente, que o fim do caminho, pode chegar a qualquer instante.
Quem saberá se chegaremos a dobrar aquela esquina. O que nos espera na curva da estrada. Se poderemos estar presentes no próximo instante. Se chegaremos a fazer o tal telefonema ao final da tarde.
Os cemitérios estão cheios de pessoas que se julgavam insubstituíveis e imortais e que por isso, gastaram o seu tempo, adiando sistematicamente a vida e tudo aquilo que a torna, mágica e única.
Acredito que qualquer dia é bom para se partir. A humanidade conspira contra nós. Conduz-nos ao desespero, à angústia e ao medo. Esta vida, tal como a conhecemos, é afinal de contas, tão pouco apetecível.
Nós, todos aqueles que professamos um ser superior, sabemos que Ele criou as pessoas para as amarmos e as coisas para usarmos, contudo, a realidade é outra, amamos as coisas e usamos as pessoas, e assim, nos vamos perdendo e desgostando, e assim, nos vamos desapegando.
Apesar de tudo, a vida continua a ser bela, maravilhosa e os milagres que nos oferece incessantes, porém, é preciso disponibilidade para os apreciar. Vida conjuga-se no verbo presente. Peito aberto à alegria e ao amar mais profundo porque se entretanto a morte chegar, partimos em paz. Escrevemos em vida o nosso epitáfio: - vivi cada instante como se não houvesse um amanhã.

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