Talvez um pouco tarde se aprende que, mais poderoso até do que a própria vida, o tempo é afinal de contas, o grande mestre, o único justiceiro e quase sempre a única esperança.
Recordo quando ainda mais jovem, me consumia pela ânsia do alcançar contudo, foi a idade que vindo bem de mansinho, trouxe consigo, a sabedoria para passar através do portal do tempo.
De nada nos vale querer detê-lo, antecipá-lo, o tempo etéreo apenas se sente, já que o relógio do coração bate a uma frequência bem diferente, marcando um tempo que não se mede em segundos, minutos ou horas mas tão somente, num tempo de emoções e sentimentos que só a ilusão da saudade cristaliza na nossa alma, enquanto o tempo sereno passa.
Por vezes, existem pausas, breves e efémeros instantes em que o tempo parece, fica suspenso algures num limbo, sobretudo quando nos deixamos levar pelo desalento, porque eterno, só mesmo aquela fracção de segundo, de tamanha intensidade que nos acompanha indelevelmente.
Vagarosa e tardiamente, aprendemos que tudo tem o seu próprio tempo, para nascer, para florir, para amadurecer e para partir e que tudo se desenrola e desenlaça à sua própria cadência, mas isso, só mesmo assimilando a dura lição da espera.
Atravessar o portal do tempo... mas para onde, para quê? Talvez para por fim compreendermos, que em vão nos desgastamos, em vão nos perdemos, em vão desperdiçamos o curto espaço de tempo que dura a vida, porém, só ao transpormos essa portada, é que por fim percebemos que a chave que a abriu mais não é do que serenidade que o acreditar nos traz.
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sábado, 13 de setembro de 2008
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