segunda-feira, 4 de abril de 2011

Bolinhas de sabão

Trago sempre comigo, ciosamente guardados dentro do peito, uns quantos sonhos e, há dias assim, em que me apetece soltá-los. Quem sabe, o que poderá acontecer-lhes ao atingirem o céu!
Os meus sonhos são em forma de bolinhas de sabão. Só elas conseguem reflectir as cores do arco-íris. Dá gosto vê-las subir bem alto… depois fecho os olhos. Não com muita força claro, e permito-me imaginar que algures, bem para lá da nuvem que passa, se não para mim, eles encontrem alguém que precise de alguma magia.
Somos incessantemente agredidos pela fealdade e crueldade humana. A vida que há muito perdeu o seu sentido ascensional, mantém-nos aprisionados a um mundo, de onde se baniu a capacidade de acreditar. Um mundo que construído e mantido por todos nós, se tornou num lugar pouco apetecível para se estar porque sem sonhos, não existe esperança.
Mas hoje, sobretudo hoje, resolvi virar costas e rebelar-me veementemente contra tudo isso. Ainda, ainda e apesar de tudo, existe um lugar que se mantém intocado pelo horror que me cerca e que teima em me agredir. Um mundo só meu. Uma janela sobre mim mesma , de onde posso soltar os meus sonhos em forma de bolinhas de sabão, mas sobretudo acreditar que sendo livres eles possam tornar-se realidade.

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