domingo, 27 de fevereiro de 2011

o riso das mulheres



Ao longo da vida, nós mulheres somos confrontadas por inúmeras situações, creio que intrínsecas do nosso próprio universo feminino por isso, ninguém como nós, para saber-lhes dar a volta.
Sabem como é aquela sensação, quando inesperada e incontornavelmente somos atraídas por algo que, numa montra nos chama a atenção?
Pois bem. Foi precisamente isso que me aconteceu quando, uma tarde destas, fui literalmente seduzida, por um lindo par de sapatos.
Fiquei algum tempo a olhar para eles. Fiz as minhas contas, pensei um pouco... até que, incapaz de resistir, entrei na loja. Quis no entanto o malfadado destino que o único par existente e que tão avassaladoramente me cativara o ego da vaidade, fosse o número acima do meu, porém, como mulher que sou, e decidida a não ser vencida por uma questão tão insignificante, comprei-os na mesma.
E lá fui eu, pelo resto do caminho, a imaginar-me com eles calçados, fazendo-me por esquecer que os pés inchados por ter calcorreado meia Lisboa, tinham contribuído para a ilusão de que me serviam como uma luva, ao mesmo tempo que tentava encontrar dentro de mim, argumentos que apoiassem a minha decisão como por exemplo o jantar dessa mesma noite.
Escusado será dizer que após algum descanso, e a ajuda do frio que a noite trouxe, dei comigo a caminhar segurando com dificuldade os maravilhosos sapatos com os dedos dos pés e com a sensação de estar a andar de barco!
Provavelmente, se não fosse mulher, talvez não tivesse reagido a esta caricata situação, ultrapassando-a sob recurso de uma das mais belas e eficazes armas, o riso, riso esse que não somente contagiou todos à minha volta, como ainda me fez reflectir e aprender uma bela lição.
Só quando aprendemos a rir de nós próprios e a encarar os nossos pequenos disparates e falhas com sentido de humor, é que encontramos um atalho para sermos mais felizes.

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