sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Sempre de partida

Porque terei de parar no tempo petrificada pelo medo que cada momento me quis deixar, se livre, posso abrir as asas da alma e voar rumo a esse futuro, em cuja folha em branco, posso rescrever e reeinventar a minha história? Ainda que por bagagem, carregue uma caixa imensa, sómente sorrisos e olhares, guardados como foto-almas das amarras do caminho, impedem que jamais esqueça, quem sou.
A vida não mais é que um incessante sem fim de chegadas e partidas, de fins e de recomeços. A cada instante, tudo morre, tudo nasce, tudo muda.
Parti ontem. Sem rumo, sem destino mas parti. Embalada pelo sussurro da brisa do vento, enquanto a noite se despedia, disse adeus a tudo e a todos e simplesmente fui. Pela manhã renasci para o dia que a vida me ofertava. E eis-me de novo aqui. Pelo menos por ora, sabe-se lá por quanto tempo, até à próxima partida.
Estarei sempre de partida. Sempre pronta para agarrar o que está para vir, ancorada e inspirada num fé que vinda de dentro, me recorda, sobretudo, que o voo será sempre fugaz, contudo incontornável, inadiável, premente.
E assim, a cada preciso e precioso instante, despojando-nos da velha casca, nos transfiguramos num maravilhoso renascer.

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