quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Nada mais

Não sou muito dada a essa mesquinhices mas, perante os factos, não fui capaz de deixar de pensar que, a ser verdade que os mortos quando contrariados nas suas últimas vontades, dão voltas na campa, este meu familiar estaria girando sem parar.
Recordo ter-me dito um sem numero de vezes, que não queria que certos objectos fossem parar a determinadas mãos, contudo, mal fechou os olhos e porque a vida sim, essa dá muitas voltas, os referidos itens foram cair lá, precisamente àqueles cuja falta de sensibilidade não lhes permite estima.
Mas o que releva tanto aqui, como em tantas outras histórias afins, é o facto de que existem pessoas que apegando-se demasiado a apenas coisas, não só sofrem perante a ideia de se separarem delas, como ainda, se preocupam com o seu suposto futuro. Por outro lado, muitos há que esperam ansiosamente a morte do dono para tomarem para si os objectos de cobiça, como uma espécie de troféu e quanto mais valioso, maior o sofrimento para ambos.
É certo que os bens materiais nos podem dar algum conforto, convém, no entanto, não esquecer que, são as pessoas, as suas almas e as histórias que com elas vivemos, que conferem à vida o seu sentido ascensional, transformando-as num incomensurável aprendizado, esse sim, seguramente o único património que levaremos connosco quando chegar a nossa hora.
E é triste, uns partiram e outros desperdiçam as suas vidas sem compreender que nada, é mais valioso que possuirmos o sopro da vida.

1 comentário:

Anónimo disse...

Querida Isabel.
Adorei o seu blog. Não tive tempo de ler tudo, pois já é muito tarde,
mas o que li me comoveu.
Parabéns pelas coisas lindas que você consegue colocar no papel (outro dom maravilhoso que Deus te deu).
Tenho orgulho de ser sua amiga.
Te desejo sucesso, amor e paz.
Beijos da sua mais nova amiga,
Ruth