Hoje mais do que noutros dias, dei comigo a olhar, fixa e pensativamente, para a imagem que reflectia no espelho.
Não sei muito bem quando os meus cabelos começaram a branquear, nem tão pouco me lembro, quando a primeira ruga em volta dos olhos se instalou, contudo, os anos passaram e deixaram ficar a sua marca no meu corpo, tornando-o numa espécie de paisagem desenhada por inúmeras linhas, porém só eu sei, que por detrás de cada uma, existiu uma linda história que por vezes me fez sofrer, mas que me proporcionou uma aprendizagem valiosa, por isso confesso, a maduridade trouxe consigo, serenidade, mas sobretudo, beleza interior e sabedoria. Apagá-las seria o mesmo que apagar a minha própria narrativa ou, para mim mais grave ainda, desprestigiaria seguramente, todo o meu crescimento interior.
Sim, orgulhosamente, tenho “rugas”, no rosto e na alma, rugas essas, que cuidadosamente tento tornar menos profundas, trazendo até a mim, a ternura que sempre perfumou o meu caminho. Mas de todas, as mais queridas e mais belas, são e serão sempre, aquelas marcas de expressão que adquiri, quando sorri enquanto o meu coração chorava, e são precisamente essas, que pretendo manter, intocáveis.
sábado, 5 de janeiro de 2008
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