A casa onde a minha alma mora é bem pequenina. Tem duas belas janelas de onde contemplo o mundo e, situada que fica, a um canto do coração, chamo-lhe com ternura, de saudade.
As ruas que percorro, são as ruas da memória, e é de lá, desse sem fim de espectros do passado, que este, como uma luz, iluminando presente e futuro me mantém ancorada à essência de quem sempre fui.
Nem sempre arrumada, nela existem cantos e recantos, onde a dolência teimou em se acobertar, porém, quando esta se desperta, é do meu peito que transborda como grossas gotas de chuva que rolam pelo rosto, mas não há que ter medo, pois a saudade, a minha saudade, tem guardados muitos momentos de alegria que aprendeu a soltar, sob a forma de sorrisos.
De quando em vez, a minha casa é soprada pelo vento, um vento mágico que ora chega e ora parte, levando os meus recados, os meus pensamentos e, quantas vezes, os meus beijos, mas trazendo consigo, a cada regresso, o retorno de todos eles.
É por lá, por esse quartinho pequeno mas profundo, que gosto de ficar, e é de lá, debruçada sobre a varanda da nostalgia que, ao perscrutar o meu caminho, compreendo que o tempo valeu a pena, pois as inúmeras pedras da estrada do passado, estão hoje cobertas por belas, coloridas e perfumadas flores
domingo, 2 de agosto de 2009
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