quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

As coisas que não te disse

Tenho para mim que uma das piores sensações é quando, confrontados com a morte de alguém, nos darmos conta, das coisas que não lhe dissemos, mas mais duro ainda, com o facto de não termos sabido usufruir da sua companhia.
O tempo apesar de tudo não passa tão rápido assim. Somos nós que enchendo-nos de tarefas, muitas vezes inúteis, provocamos a nossa indisponibilidade e o imenso cansaço que costumamos sentir a cada final do dia e também porque nos recusamos a pensar que a passagem das pessoas pela nossa vida, possa ser apenas breve.
Mas o que é um facto, é que o meu amigo partiu e deixou ficar um tremendo vazio, evidenciado pelo fim abrupto das mensagens com anedotas enviadas a meio da noite, pela ausência do toque do telemóvel, pelo agora silencio da voz que se calou para sempre e dei comigo a pensar, nas pessoas que mantenho distantes, pela minha incapacidade em conseguir cinco segundos que sejam, para com elas dividir, o que me vai na alma
O meu amigo partiu e em mim ficou uma profunda tristeza, por não lhe ter dito tantas coisas, especialmente, o quanto esses seus pequenos gestos que na altura, eu considerava irritantes, contribuíram para me fazer sorrir

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